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Ernesto Carneiro Ribeiro

Postado em 14/11/17

Data Escolhida: 13 de Novembro de 1920
Assunto: Ernesto Carneiro Ribeiro

Em 13 de novembro de 1920 partiu para outro plano Ernesto Carneiro Ribeiro, nascido em Itaparica – Salvador – BA.

Fazendo aqui uma co-relação muito interessante: O protagonista desta nova data do nosso calendário preto, nasceu no mesmo lugar que a protagonista do nosso calendário do mês de Julho, Maria Felipa de Oliveira, a Heroína Negra da Guerra da Independência da Bahia, conquistada em 02 de Julho de 1823. É isso mesmo, a mesma guerra citada do nosso calendário anterior sobre a Conjuração Baiana. Coincidência? Talvez sim, talvez não.

Mas voltemos a Ernesto...

Ernesto Carneiro Ribeiro nasceu em 12 de setembro de 1839 na Ilha de Itaparica, na Baía
Ernesto Carneiro Ribeiro
1839 - 1920
de Todos os Santos, onde aprendeu os primeiros fundamentos educacionais. Mudou-se para a Capital, onde estudou humanidades, preparatórias para a Faculdade de Medicina da Bahia, onde se diplomou em 1864, recebendo o título de Barão de Vila Nova (não encontramos nenhum registro oficial sobre este título) devido a pesquisas na área da biomedicina.

O afrodescendente foi pioneiro ao produzir uma gramática baseada na língua portuguesa. Diferente das gramáticas então existentes expôs e defendeu a normatização de peculiaridades da língua oficialmente falada no país. No ano de 1902 Carneiro Ribeiro foi incumbido, por J.J.Seabra, de realizar a revisão do Projeto de Código Civil, apresentado por Clóvis Beviláqua que pela primeira vez iria vigorar no Brasil, então regido por antigas e esparsas leis das Ordenações Filipinas. O que para tal tarefa lhe doi dado apenas quatro dias de prazo. Tarefa dada, tarefa cumprida! Passou a figurar dos anais da História do Brasil pela polêmica que manteve com Ruy Barbosa, seu ex-aluno, acerca da revisão do Código Civil Brasileiro, cujos debates fizeram surgir a Réplica e a Tréplica de dois profundos conhecedores do Português.

Por razões políticas, Seabra era antigo desafeto e adversário político, na Bahia — Ruy Barbosa engendrou ali uma importante polêmica, que serviu para revelar o profundo conhecimento filológico1 de Carneiro Ribeiro, refutando as críticas do ex-aluno ("A Redacção do Projecto do Código Civil e a Réplica do Dr. Ruy Barbosa pelo Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro - lente jubilado do governador da Bahia, Bahia, 1905, 899 páginas). Dentre os ilustres alunos de Ernesto destacam-se Ruy Barbosa, Euclides da Cunha, Rodrigues Lima que ocuparam posições de destaque na vida política e intelectual, no período que compreende o fim do Império ao início da República. Sua principal obra, Serões Gramaticais, publicada inicialmente em 1890 e reeditada em 1915, constitui-se num "verdadeiro monumento da língua portuguesa", no dizer de Antônio Loureiro de Souza, em "Bahianos Ilustres", Salvador, 1949.

Casou-se com Maria Francisca Ribeiro, com quem teve vários filhos, alguns dos quais seguiram conforme o pai, a carreira de professores, com destaque para Helvécio Carneiro Ribeiro e Ernesto Carneiro Ribeiro Filho. Foi pai também de Heráclito Carneiro Ribeiro e Maria Judith Carneiro Cesar Pires, avó da cantora e compositora baiana Sylvia Patrícia. Ernesto Carneiro faleceu em sua terra natal, em 13 de novembro (1920), aos 81 anos.

Que delícia e orgulho saber desta grande contribuição, para aqueles que teimam em nos ver como protagonistas apenas nas senzalas e troncos da história... Sinto muito, 😘💋beijinho no ombro! Em breve voltaremos com mais uma data enegrecida. Até lá!


1 Filólogo - substantivo masculino - é o estudioso da filologia, que é o estudo da linguagem em fontes históricas escritas, incluindo literatura, história e linguística. É mais comumente definida como o estudo de textos literários e registros escritos, o estabelecimento de sua autenticidade e sua forma original, e a determinação do seu significado.

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